Dinamização

Descobri que penso em espirais. Respiro assim. E falo.
Assim movem-se as águas da cachoeira depois daquela pedra redonda.
Espiralando voam as nuvens. Nuvens de Van Gogh. E de Gaudi.
E em espirais move-se o tempo, senhor tão bonito, tão cruel e tão gentil: tempo que vai voando e retorna lento.
Vai e vem, formando curvas infinitas em meus cabelos...

O trabalho dos meus sonhos...

se esta rua, se esta rua fosse minha...

poesia urbana

sobretudo sobre o tempo

antes de aprender, escrevi meu nome.
aprendendo, senti medo de não saber.
dona da letra, galopava pelo mundo conhecido-desconhecido da minha imaginação.

e agora que me leio e releio, quantas fui e quantas sou?

e quantas de mim se perderam-perdem desde a última postagem...

mas o que parecia perdido era puro encontro. me perdi e me achei, como quem procura diamantes em si mesma. agora sei escrever meu nome.
e também sei desenhá-lo

Raízes

semana de férias em virgem da lapa, semana de viagem ao passado, semana de comemorar o presente, semana de preparar o futuro.
fotos em branco e preto tem cheiro e som.
minha memória em branco e preto tem música e perfume.
saudosismo sem bossa nova...

Tempo e mundo

Eu pensava que tinha te perdido; ou me perdido, talvez.
Meu mundinho vasto mundo era quase um submundo e micro mundo.
E agora, Raimundo? Sem José, sem festa, sem gente...
Mas eu continuo por aqui e, hoje, muito mais forte e mais viva e colorida.
E o mundo? Aumentou e deu cria: taí o Mundo e seus Mundinhos indo passear no zoológico.
O melhor de escrever aqui é saber que ninguém vai ler.